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Como e porque repensar nossa formação e desenvolvimento profissional

Como e porque repensar nossa formação e desenvolvimento profissional
Rodrigo de Alvarenga
jul. 19 - 5 min de leitura
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Todas as mudanças derivadas do aumento da taxa de aceleração da inovação tecnológica, combinadas com seus efeitos nos perfis e na forma com que as pessoas interagem, se comunicam, consomem e se engajam, contribuiu para o desenvolvimento e aprimoramento de um novo perfil de profissionais. Essas mudanças promovem uma verdadeira revolução nos negócios, nas empresas e no perfil dos talentos que são valorizados pelo mercado.

Muito foi alterado como resultado dessa revolução, mesmo que de forma silenciosa, profissionais, muito bem preparados, têm dificuldades para se encaixar no mercado. Profissões novas surgiram requerendo um conjunto de habilidades muito diferentes e específicas, outras, tidas até ontem como apostas garantidas, agora não oferecem a mesma segurança. O mercado de trabalho mudou radicalmente, as startups contratam fortemente e tem uma predileção muito acentuada por talentos com habilidades específicas, que não são desenvolvidas pela esmagadora maioria dos programas de graduação que temos no Brasil. Empresas multinacionais nunca ofereceram tantas vagas no Brasil e no exterior para profissões com alta demanda, tais como: desenvolvedor, programador, engenheiro de software, etc. Qualquer pessoa pode se candidatar, desde que seja um bom programador/desenvolvedor e fale inglês.

Várias profissões como gamers, youtubers, customer development, etc. surgiram ou ganharam visibilidade muito acentuada. Assim como, por outro lado, muitas profissões tradicionais estão sofrendo muita pressão a exemplo de advogados, administradores, comunicação (jornalismo, relações públicas e publicidade), entre outras.

O que fazer? Como responder a tantas mudanças? Com base no que escolher?

Nesse momento de transição de modelos, precisamos ficar atentos, pois o mercado muda mais rápido que a Academia tradicional e o perfil da demanda por capital humano já vem se ajustando muito a nova realidade, apesar da formação não acompanhar na mesma velocidade.

Nesse contexto, valem algumas dicas para quem contrata e para quem busca colocação, as quais destacamos abaixo:

Empresas:

  • A procura por talentos e a sinalização precisará ser uma realidade e não apenas um discurso como forma de tentar atrair ;
  • As empresas precisarão realmente oferecer ambientes que promovam oportunidades para o desenvolvimento de seus talentos, isso não significa financiar esse desenvolvimento totalmente, mas sim criar condições para que ele aconteça;
  • Os talentos estão cada vez mais buscando conciliar suas jornadas profissionais com seus propósitos, como a empresa vai contribuir com isso?
  • Como a empresa lidará com os questionamentos inerentes as mudanças no ambiente dos negócios decorrentes da tecnologia e/ou inovação? Como lidará com talentos questionando seu comportamento, sua tomada de decisões, seu racional, suas implicações e incoerências? O presente já está sendo afetado por isso, mas no futuro próximo isso aumentará de forma exponencial. 

Pessoas:

  • Você não pode esperar um resultado expressivo da sua carreira sem investir fortemente nela. Para tanto, serão necessários seu tempo e algum recurso financeiro;
  • Obter uma graduação universitária não chegará nem perto de bastar, na verdade, veremos muito mais casos de pessoas que construam jornadas incríveis apesar de não terem um diploma universitário;
  • O diploma universitário continuará tendo valor, contudo na mesma medida que você consiga demonstrar seu desenvolvimento e aprendizado através de sua capacidade de execução;
  • Muitas habilidades subjacentes ao processo de formação universitária, que vem sendo relegadas a escanteio ou não trabalhadas de forma consciente, estão ganhando relevância muito maior, tais como: (i) trabalhar com outras pessoas para entregar trabalhos, tarefas e projetos com mais relevância e profundidade; (ii) conseguir lidar com a diversidade de perfis na formação de grupos de trabalho sem que isso interfira na qualidade da execução, exceto se for para melhorar as entregas; (iii) gerenciar seu tempo para poder desenvolver habilidades do século XXI (soft-skills) no contexto universitário e em atividades complementares (voluntariado, estágios, etc); e (iv) habilidades de comunicação combinadas a resiliência;
  • Adquirir habilidades práticas de execução, baseadas no aprendizado experiencial, através da realização de projetos na universidade e em paralelo, intercâmbio, programas de curto prazo nacionais e internacionais, bem como pelo menos o Inglês e algumas noções de programação, serão indispensáveis para criar atratividade no seu CV;
  • Por fim, tenha um propósito claro, não desperdice seu tempo com trabalhos, projetos, equipes, estágios que não contribuam com seu desenvolvimento e em relação aos quais você não tenha tesão. Isso irá reduzir seu interesse, empenho, dedicação, resiliência e, principalmente, sua disposição de contribuir com a realização e execução, bem como com o desenvolvimento dos demais.

Para concluir:

As empresas precisam poder responder porque um talento deveria optar por investir tempo trabalhando ali, e de que forma isso irá ajudar na jornada pessoal de desenvolvimento dessa pessoa. Já os talentos, o capital humano, precisarão assumir a responsabilidade de construir seu desenvolvimento tendo uma postura mais ativa nesse processo ao invés de apenas confiar que o diploma resolverá tudo, pois isso não vai acontecer!

Lembre-se, se você quer trabalhar numa empresa "phoda!", com um time "phoda!", a primeira pergunta que precisa se fazer é: porque eles deveriam me aceitar na equipe? Essa resposta é indispensável para quem almeja ir mais longe e aproveitar as grandes oportunidades que estão surgindo no horizonte!

 

 


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