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AS EXCLUSÕES DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

AS EXCLUSÕES DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Gabriela Marques
dez. 23 - 3 min de leitura
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Quando se fala dos principais desafios de uma transformação a unanimidade é falar sobre a resistência das pessoas, principalmente no âmbito corporativo. Fato é que querendo ou não, as gerações por si só vão atualizando nossas formas de viver e se relacionar e aos poucos toda sociedade vai se adaptando. 

Porém, pouco se fala do publico que é excluido de tais revoluções. A internet e todas as suas conexões, alinhadas com o conceito de globalização, que de fato aproximou muitas culturas, ainda não é acessível a todos. Os últimos meses impulsionaram as soluções digitais e foram molas propulsoras para essas tecnologias. Mas, de certa forma, chega a ser hipocrisia pensarmos apenas em soluções que atendam necessidades daqueles cujas realidades são semelhantes à nossa. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2019, 51.742 milhões de brasileiros, que representam 24,7% da população estavam abaixo da linha de pobreza. Isso significa famílias que sobrevivem com renda mensal de no máximo R$436,00 por pessoa. Avaliando os impactos da pandemia tanto na questão de desemprego quanto na inflação dos produtos da cesta básica a tendência, infelizmente, é que números como esses cresçam. 

Além disso, em 2018 o IBGE também apurou que um em cada quatro brasileiros não tinham acesso à internet. 41,6% dessas pessoas dizem que o motivo é não saber usar, 34,6% diz não ter interesse, 11,8% acha o custo da internet caro e 5,7% acha que o dispositivo para acessar (como celular ou laptop) é caro. Sem falar que para 4,5% desses pessoas o sinal não está nem disponível. 

Ainda considerando este período de quarentena inúmeras crianças, principalmente de periferias e zonas rurais, tiveram dificuldades para acessar as aulas online devido a falta de dispositivos ou de conexão com a internet, sendo excluídas das formas de ensino e entretenimento. O que mostra nossa deficiência em pulverizar as tecnologias, sejam elas palpáveis ou não. 

Os dados mostram que existem muitos cidadãos que não estão familiarizados com tais equipamentos. Geralmente, pessoas da terceira idade, tem sido obrigadas a engolir seco o digital sem receber o devido treinamento para o uso e muitas vezes desistindo de alguns hábitos pela dificuldade que encontram no que ironicamente veio para facilitar. 

O questionamento que fica é: se a transformação digital é muito mais uma transformação de negócios e de vida do que meramente técnica, por que essas exclusões ainda ocorrem? E, principalmente, a necessidade de pensar em estratégias que tragam soluções pensadas na modernização sim, mas que atendam todos os públicos e não apenas a maioria que já se sente integrada e confortável com as novidades do mundo moderno. 

É nossa responsabilidade social enquanto indivíduo e enquanto empresas inserirmos uma etapa anterior à implementação que é a educação digital - paciente, clara e intuitiva. Isso sim é pensar em User Experience ou User First.  


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