Hoje em dia fala-se muito em transformação de negócios e inovação no mercado. A transformação de negócios consiste em realizar profundas mudanças no modelo de negócios e na disposição dos processos de uma organização. Ela provém da necessidade das empresas em criarem novas estratégias que permitam o atingimento dos objetivos organizacionais. Contudo, devido a mudanças causadas pela globalização, pelo avanço tecnológico, entre outros fatores, nossas organizações passaram a ter a necessidade constante de adaptação, tornando todo o processo de transformação extremamente cansativo.
Sim, de fato, mudanças são difíceis, ainda mais quando são impostas. Seja pela demora na ação dos líderes, pela necessidade de transformação em um espaço curto de tempo, ou pelo fato de que mudanças tendem a acontecer em momentos de crise, de uma forma árdua e afobada.
Mas de que forma podemos deixar essas mudanças menos exaustivas? Jim Hemerling, especialista em mudanças organizacionais, entende que o primeiro imperativo para a transformação do modelo de negócio ocorrer de forma menos desgastante seria priorizando as pessoas.
A maioria das transformações têm como foco questões financeiras e operacionais, fatores estes que são importantes e podem ser energizantes para os líderes, mas costumam não ser muito motivadores para as pessoas na organização. Para motivar a todos, a transformação precisa se conectar a um sentido mais profundo de propósito. Pode ser que ao mudar o seu modelo de negócio, você precise tomar decisões dolorosas, como a redução do seu time.
Não apenas pensando em corte de custos, você precisa pensar em ações que irão, a médio prazo, te levar ao sucesso. Em outras palavras, para alcançar seus objetivos e levar a empresa ao sucesso, é preciso, além de criar ações que vão mudar fundamentalmente a maneira como a companhia opera, ter iniciativas para crescimento e investimentos. Para a transformação ocorrer, precisamos garantir que estamos dando às pessoas as habilidades e ferramentas necessárias para isso.
Por fim, em uma era em que a mudança é constante, Jim Hemerling entende que precisamos instalar uma cultura de aprendizado contínuo. E acredito que é isso que as empresas que estão em destaque hoje no mercado fizeram. Seja tomando como exemplo a própria IBM, que criou uma plataforma com conteúdos de educação digital, ou até mesmo a XP Investimentos, que investiu na educação de seus clientes para fazer crescer seu modelo de negócio.
Portanto, pensar em transformação organizacional não é pensar somente em tecnologias disruptivas. Apesar da tecnologia ser vista como solução primária para transformar uma empresa, os novos nichos e novas formas de negócios não surgem única e puramente ligado a elas; a inovação nos negócios nem sempre depende do mundo digital. Desenvolver, valorizar e investir nas habilidades de seus colaboradores, aprimorar constantemente seus serviços, bem como focar na educação das pessoas que irão utilizar do seu modelo de negócio é o que realmente dá nome a inovação nos dias de hoje.
Aline Stupp Koerber